Aplicação do Conceito
Os AVA agregam interfaces que permitem a produção de conteúdos e canais variados de comunicação, permitem também o gerenciamento de banco de dados e controle total das informações circuladas no e pelo ambiente. Essas características vêm permitindo que um grande número de sujeitos geograficamente dispersos pelo mundo possa interagir em tempos e espaços variados. Entretanto alguns AVA ainda assumem estéticas que tentam simular as clássicas práticas presenciais, utilizando signos e símbolos comumente utilizados em experiências tradicionais de aprendizagem.
É impressionante, por exemplo, o uso de metáforas da escola clássica como interface. “Sala de aula” para conversas formais sobre conteúdos do curso, “cantinas ou cafés” para conversas livres e informais, “biblioteca” para acessar textos ou outros materiais, “mural” para enviou de notícias por parte, quase sempre, do professor ou tutor, “secretaria”, para assuntos tecno-administrativos. O “ranço” do currículo tradicional ainda impera inclusive no ciberespaço. Precisamos desafiar os educadores, comunicadores e designers a criarem e gerirem novas formas e conteúdos para que tenhamos no ciberespaço mais de que depósitos de conteúdo, mas de fato AVA.
Mesmo reconhecendo as potencialidades dos AVA comercializados por todo mundo no ciberespaço é extremamente fundamental problematizarmos acerca dos seus limites, tanto tecnológicos em nível de suporte; mas, precipuamente, no que tange a democratização do acesso a informação; e, sobretudo, ao conhecimento.
A falta de recursos e políticas de democratização do acesso as tecnologias configura-se num grande problema social para a democratização do acesso e formação profissional em diversas áreas do processo produtivo, inclusive na área educacional, mas especificamente na formação de professores e professoras dos espaços públicos de aprendizagem, seja na escola básica ou na universidade ou institutos superiores de educação.
É neste sentido que temos como desafio criar e intervir nos processos de políticas públicas e na produção e socialização de interfaces livres e gratuitas para que mais e melhores interações possam emergir na sociedade da informação e do conhecimento.
Já discutimos que o próprio ciberespaço é por si só um AVA devido a sua natureza aberta e flexível. Sua expansão se dá devido a grande produção de informação e de saberes criados por sujeitos e grupos/sujeitos diversos distribuídos geograficamente pelo mundo inteiro. Os autores do ciberespaço criam e socializam seus saberes em vários formatos seja na forma de softwares, interfaces, hipertextos, mídias diversas. Neste sentido podemos nos apropriar desses recursos produzindo conhecimentos num processo de co-criação e autoria do mesmo.
Para construir sites que sejam AVA com interfaces disponíveis no ciberespaço é importante destacar algumas questões:
• Criar sites hipertextuais que agreguem intertextualidade, conexões com outros sites ou documentos; intratextualidade, conexões com no mesmo documento; multivocalidade, agregar multiplicidade de pontos de vistas; navegabilidade, ambiente simples e de fácil acesso e transparência nas informações; mixagem, integração de várias linguagens: sons, texto, imagens dinâmicas e estáticas, gráficos, mapas; multimídia integração de vários suportes midiáticos;
• Potencializar comunicação interativa síncrona, comunicação em tempo real e assíncrona, comunicação a qualquer tempo – emissor e receptor não precisão estar no mesmo tempo comunicativo;
• Criar atividades de pesquisa que estimule a construção do conhecimento a partir de situações problemas, onde o sujeito possa contextualizar questões locais e globais do seu universo cultural;
• Criar ambiências para avaliação formativa, onde os saberes sejam construídos num processo comunicativo de negociações onde a tomada de decisões seja uma prática constante para a (re) significação processual das autorias e co-autorias;
• Disponibilizar e incentivar conexões lúdicas, artísticas e navegações fluídas;