Inteligência Musical: baseia-se no reconhecimento de padrões tonais (incluindo sons do ambiente) e numa sensibilidade para ritmos e batidas. Inclui também capacidades para o manuseio avançado de instrumentos musicais. Para Igor Stravinsky [apud GAR 94a, p. 81] "compor é fazer, não pensar", ou seja, o ato de compor ocorre naturalmente, não por atos de pensamento ou vontade;

Inteligência Corporal-Cinestésica: relaciona-se com o movimento físico e com a sabedoria do corpo, incluindo a habilidade de usar o corpo para expressar uma emoção (dança e linguagem corporal) e praticar esportes. As principais características desta inteligência são o controle dos movimentos do próprio corpo e a capacidade de manusear objetos com habilidade;

Inteligência Lógico-Matemática: envolve a capacidade de reconhecer padrões, de trabalhar com símbolos abstratos (como números e formas geométricas) bem como discernir relacionamentos e/ou ver conexões entre peças separadas ou distintas. Para Piaget [apud GAR 94a] é através da manipulação de objetos que a criança adquire seu conhecimento inicial e mais fundamental sobre o domínio lógico-matemático. Neste sentido, a ordem no qual estes objetos são colocados é muito mais importante do que os próprios objetos. Apesar das capacidades lógico-matemáticas serem as mais valorizadas na sociedade ocidental, ela não é superior à nenhuma das outras citadas;

Inteligência Lingüística: está relacionada às palavras e à linguagem (escrita e falada) domina a maior parte do universo educacional ocidental. Responsável pela produção da linguagem e de todas as complexas possibilidades que a seguem incluindo poesia, humor, o contar estórias, gramática, metáforas, similaridades, raciocínio abstrato, pensamento simbólico, padronização conceitual, leitura e escrita. Para [GAR 94a], o domínio lingüístico envolve processos especiais de aquisição, separados dos requeridos em outras esferas intelectuais. Segundo Noan Chomsky [apud GAR 94a], as crianças já nascem com um considerável conhecimento inato sobre as regras e formas da linguagem e hipóteses específicas de como decodificar e falar qualquer linguagem natural. Esta afirmação baseia-se no fato de que as crianças adquirem a linguagem tão rápida e precisamente mesmo no momento em que outras habilidades, como a resolução de problemas, estão subdesenvolvidas. Para [GAR 94a] a sintaxe e a fonologia encontram-se próximas ao centro da inteligência lingüística enquanto a semântica e a pragmática misturam outras inteligências (lógico-matemática e pessoal);

Inteligência Espacial: abrange as atividades como as artes visuais (incluindo pintura, desenho e escultura), navegação, criação de mapas e arquitetura (que envolve o uso do espaço e conhecimento de como se locomover); e jogos como xadrez (que requer a habilidade de visualizar objetos a partir de diferentes perspectivas). Esta inteligência abrange as capacidades de perceber o mundo visual com precisão, efetuar transformações e modificações sobre as percepções iniciais e ser capaz de recriar aspectos da experiência visual, mesmo na ausência de estímulos físicos relevantes. [GAR 94a, p. 147] coloca que em alguns domínios a inteligência espacial é um bem inestimável: "Em algumas ocupações, esta inteligência é essencial – por exemplo, para um escultor ou um matemático especializado em topologia. Sem inteligência espacial desenvolvida, o progressos nestes domínios é difícil de imaginar e há muitas outras ocupações nas quais a inteligência espacial sozinha poderia não ser suficiente para produzir competência, mas onde ela proporciona muito do ímpeto intelectual necessário";

Inteligência Interpessoal: Envolve a habilidade de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não-verbal. Constrói a capacidade de distinguir entre outros, por exemplo, alterações de humor, temperamento, motivações e intenções. Em sua forma mais avançada a pessoa consegue, literalmente, ler os desejos e intenções do outro, podendo ter empatia por suas sensações, medos e crenças;

Inteligência Intrapessoal: Está relacionada aos estados interiores do ser, à auto-reflexão, à metacognição (reflexão sobre o refletir) e à sensibilidade frente as realidades espirituais. Envolve o conhecimento dos aspectos internos do ser, como o conhecimento dos sentimentos, a intensidade das respostas emocionais, auto-reflexão, um senso de intuição avançado. Esta inteligência nos leva a ser conscientes acerca da nossa consciência. Envolve nossa capacidade de experenciar a unidade e o todo, discernir padrões de conexões com coisas dos sentidos, experenciar intuições sobre o futuro e sonhar e realizar o possível.

Além das inteligências acima mencionadas [GAR 95] menciona uma possível candidata à oitava inteligência: a inteligência moral ou espiritual. Segundo Gardner, esta inteligência pode ser considerada como uma componente da inteligência pessoal, visto que o que é moral ou espiritual depende imensamente dos valores culturais ligados ao meio ambiente onde o indivíduo está inserido, não sendo classificada como uma inteligência à parte. Atualmente, Gardner acrescentou à teoria duas inteligências: a naturalista (entender a natureza) e a existencial (fazer perguntas sobre a vida, morte, universo) [GAR 99].